quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Be a human


Gosto de gente que levanta questões que me ponham pra refletir, dialética, discussão. São essas pessoas que me trazem os insights mais incríveis. Enfim, a questão que foi levantada era a seguinte: Como seria se você descobrisse que a sua felicidade corresponde à tristeza, do mesmo tamanho e intensidade, de outrem? E ai se seguiu uma mini-discussão facibookiana (ainda há gente com conteúdo na vertigem da página inicial). Achei interessante uma colocação do Luiz de que "usamos muito essa assunção coletiva de que "somos humanos e por isso mesmo erramos" para justificar um bocado de besteiras que fazemos. É como um álibi evolutivo, quase científico", e é isso mesmo, as pessoas geralmente não sentem culpa, justificam suas insanidades, a falta de racionalidade, impulsividades e CAGADAS pelo fato de serem humanas. Eu geralmente justifico minhas cagadas pensando "pô, eu tava bêbada.." auehuaehue.. Enfim, o mundo podia ser melhor se nós sentissemos que temos mais carga do que achamos que temos né? Óbvio, todo mundo tá precisando de uma injeção de SIMANCOL.
Mas hoje, eis que me deu um plim sinistro observando algumas pessoas no aeroporto. Passou uma mulher de olhar cabisbaixo, coluna torta, como quem carrega o mundo nas costas. Típico de quem tem alguma ligação com problemas depressivos, ansiedade e pânico. Reconheço de longe, até porque já experimentei um pouco desse sufoco. E lembrei de certos pensamentos que me trouxeram de volta à realidade, à tranquilidade e à paz de espírito - essa que me faz ficar ao ócio sem me torturar de culpa depois. Um desses pensamentos que me fizeram não precisar de um terapeuta pra me tirar dessas questões metafísicas foi o próprio: Eu sou humana.
Encontrei por acaso uma vez um Exu, essas incorporações do candomblé -até hoje me questiono se realmente era verdade, ou uma encenação e tal, mas que ele viu algo em mim que estava lá por dentro ele viu e me disse: "Menina, pára de achar que pode carregar o mundo nas costas, você está caminhando, não pense que pode pular etapas". E hoje isso faz muito sentido pra mim. Apesar de carregarmos nossas responsabilidades, é importantíssimo o fato de sabermos e aceitarmos nossas margens, nossas capacidades e nossos limites. O mundo precisa mesmo de gente consciente, mas essa consciência pode se tornar uma pedra pesada, e nesse caso, a pessoa consciente se torna mais um peso inútil se arrastando pela Terra, procurando dentro de seu quintal onde perdeu o trevo de quatro folhas que lhe dava sorte e sentido ao mundo, e esquecendo que há o mundo inteiro lá fora. Uma pessoa que podia dar o seu melhor pro mundo (mesmo cometendo erros), mas ficou ali por dentro vigiando seu cisne negro esquecendo de olhar para fora. Não percebendo que nesse mundo, só podemos ser, sendo. E o motivo? Não admitiu o fato de que, tcharãm: É humana.

Luiz, um kiss!