segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Medo, só de barata.

"Para mim é tão simples que a vida deva ser vivida perigosamente. É preciso exercitar a rebelião. Recusar-se a ficar preso a regras. Recusar o próprio sucesso. Recusar-se a se repetir. Ver cada dia, cada ano, cada idéia como um verdadeiro desafio. E então você vai viver a vida em uma corda bamba." (Philippe Petit)


Philippe, é o doidinho aí da foto. Foi o cara que atravessou os 60 metros que separavam as torres gêmeas sem qualquer equipamento de segurança. O cara tinha 24 anos, planejou tudo em 6 meses com a ajuda de amigos, conseguiu subir lá sem ser notado e quando deram conta, ele já tava era no meio da corda. Não satisfeito, o francês foi e voltou 8 vezes e ainda deu uma deitadinha pra platéia lá embaixo que estava vendo a marmota. Li em algum lugar uma frase que dizia: "quem quase morre, está vivo. Quem quase vive, já está morto." Essa é a grande delícia de viver sem medo, porque a morte é inevitável, mas a vida não. A morte chega na hora certa, mas a vida é você quem faz, e pô, qual a graça de viver 1/2 vivo? Era isso que o grande Philippe queria dizer para o mundo, o negócio é mandar o medo pra casa do caralh* e Enjoy the life o/

Texto dedicado à Paula, à Aninha (mulher-macho-sim-senhor), e a todas as pessoas que não têm medo de se jogar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Egotrip

A viagem interior é, talvez, a mais longa jornada dos auto-questionadores. Alguns acontecimentos na minha vida, um tanto instensos, digamos de passagem, foram determinantes pra que eu pudesse mergulhar dentro de mim mesma e do meu próprio self. Eis que em certa parte me encontrei meio esquizofrênica. "Os místicos e os esquizofrênicos encontram-se no mesmo oceano; enquanto o místico nada, o esquizofrênico se afoga." E eu nadava como uma sereia nesse grande oceano, me deslumbrei centenas de vezes, virei bruxa, maga, profeta, psiconauta, argonauta, feiticeira, filósofa, cultuadora da lua, do sol e de mim mesma. Descobri a positividade em conceito e prática, e assim virou minha religião, a religião do amor. Mas teve uma hora em que me assustei com alguma coisa, e essa coisa puxou outra e outra, e mais outra.. Famosa lei da atração e eu entrei na rede negativa, me afoguei e me assustei milhares de vezes, olhava pra mim mesma como uma coisa ruim, que não estava evoluindo, me critiquei e meus modos terrivelmente, quis morrer em certa hora. Sentia sempre que tinha alguém olhando pra mim, me vigiando. Nenhuma música soava bem aos meus ouvidos. Eu senti medo do invisível, vi tantos rostos no escuro, tive medo de ficar só. Provei o fruto da culpa, e esse é o pior sentimento que se pode ter. Tudo que eu havia feito era pecado, que eu estava suja, que tinha que me libertar, me limpar, que essa terra era ruim demais, quantas vezes chorei pra Deus pra me tirar disso daqui. Eu sabia que se continuasse nesse rumo precisaria de ajuda, o problema é que você nessas horas tem que encontrar um firmamento sozinho, sua mãe não vai entender, porque a princípio não há nada de errado com você, seus amigos não vão escutar, porque você está viajando, e então só você vai saber o que se passa dentro da sua cabecinha. Eu tentava fugir de todos os lugares, e mais ainda do único lugar que eu não podia fugir, nem nunca poderei: dos meus próprios pensamentos. Eu fiquei estática. Minha única fuga era a faculdade, que me preenchia como nada mais o conseguia fazer. Eu me sentia ruim, simplesmente porque eu estava negativa, tive medo até de que as pessoas me tocassem e sentissem isso em mim. Eu não conseguia explicar pras pessoas, e isso me deixava ainda mais aflita.
Mas porra, eu sempre soube nadar muito bem, como é que eu tô me afogando brother? Eu me toquei que não sou JESUS, que ele, claro, é o que devemos seguir, mas com calma, e não é nessa vida ainda que eu vou conseguir. Com muita labuta se anda pra frente, e a única forma de não caminhar pra frente, é não viver, é estagnar, justamente o que eu estava fazendo, dando pause na vida. Ora, eu num vim foi pra aprender? Então se joga doida. Mas eu tava mesmo era com medo de errar. Ah, mas eu não vou me afogar, jamais, eu aprendi a nadar foi no mar bixão. Então as crianças de novo sorriram pra mim, e o sol beijou a minha pele, e deu brilho aos meus cabelos. A lua me abençoa e me faz mulher a cada ciclo - again. Tirei dos meus olhos as teias e eles puderam ver o belo outra vez, como eu tinha esquecido da beleza desse céu? Agora basta pra mim eu e o vento batendo em meu rosto. Voltei a dançar, e minhas moléculas todas entraram em sincronia. Deus está comigo agora, sempre esteve, mas agora o deixo entrar. Eu tenho muito carinho pra dar, redescobri o meu valor, o valor das minhas palavras, o valor de ser quem eu sou. De precisar das coisas, pra saber que não preciso. A positividade voltou a me alicerciar, e eu não vou parar. O mundo tá aí, as coisas tão aí, o que importa é o jeito de olhar. Sou eu que decido sobre as coisas agora, não mais elas sobre mim. Bom dia gente, que eu estou a DESPERTAR.
A Bad trip é perigosa, mas não deixa assim de ser valiosa e lucrativa, num é que foi ela que me fez ver o valor da luz. E sabe o que me sustentou em toda essa escura jornada? O grande sentimento de que Deus ainda era por mim.







Orai e vigiai!

domingo, 7 de novembro de 2010

"Cada um no seu quadrado"



Sabe qual o problema de ficar adulto? De acordo com seus problemas e experiências você vai racionalizando tudo, e tirando conclusões sobre tudo. E vai relacionando vivências passadas a coisas ruins, pra poder não sofrer aquilo de novo. O GRANDE problema mesmo não é tirar conclusões em si, e sim achar que aquilo tem um formato mundial, que serve pra todos, que você é o grande dono da verdade. Claro, num grupo de amizades, onde o ambiente é o mesmo, se compartilham as mesmas filosofias de vida, geralmente as grandes sacadas servem de alguma coisa, claro, é um mesmo padrão. Foda é quando se quer dar uma opnião e nem se leva em conta a configuração de vida da outra pessoa, o que ela imagina sobre o mundo, porque cada um tem seu mundo, a física quântica explica isso. Tipo: aquela bobagem de livro dos sonhos e seus significados, já li muito, só que o que tem algum significado pro meu inconsciente, pode ter algum significado completamente diferente pro de outra pessoa.
Maravilhoso compartilhar com algum amigo suas grandes sacadas de sagacidade, mas no fundo, no fundo, é aquela parada do homem tentando encaixotar as emoções, colocar em potinhos pra poder manuseá-las, manipula-las. Coisa pequena, tá que nosso ego quer se dar bem numa maioria de vezes e somos induzidos a criar essas regrinhas que facilitam, FODA é achar que essa regra vale pro mundo inteiro. Viseira de burro. Tanta gente no mundo e como as pessoas pensam que suas verdades dariam certo com outro ser. Todo mundo quer relatar suas conclusões, mas ninguém quer escutar. Porra, antes de ficar dando um monte de conselho inútil, dá pra pelo menos escutar o lado da pessoa? O difícil facilitário do verbo ouvir. A arte de ouvir é parte importantíssima das relações, por isso o mundo tá tão assim. Sorte de quem aprendeu a escutar, e a cada vez escuta alguém com ouvido e processamento mental - não só com o ouvido, lapida o senso de alteridade, de que o próximo não é uma extensão de você mesmo e sim OUTRA pessoa com vivências e emoções diferenciados e cargas sentimentais completamente diferente das suas.

Já dizia Matanza:

Desconheço quem tenha razão
Acho perda de tempo qualquer discussão
Em defesa daquilo que o serve
Muito se fala, pouco se escreve
Há quem saiba o que ninguém mais sabe
E quem veja o que ninguém mais vê

Quem leva a sério o quê?
Quem quer saber de que?
Quem pode me dizer
Como exatamente todo mundo deveria ser

Coerência na persuasão
Pré-estabelecida está a conclusão
Se eu falar sobre o que não entendem
Poucos escutam, muitos se ofendem
A verdade é que não há verdade
Tudo é porque não há não ser



"A paz não precisa ser um sonho, basta o respeito mútuo eu suponho.." E esse respeito tem que ser mostrado com as pessoas que convivem ao nosso redor, que é de onde começa nossas relações sociais. É aquela coisa, se sabe conversar, vai conseguir interagir com qualquer pessoa desse mundo pô, mas se só quer falar de si, melhor a parada de cada um no seu quadrado, cada macaco no seu galho e pronto. Acho incrível o quadrado mágico, que coloquei até na imagem, todas as somas das linhas dão resultados iguais, mas têm sempre números diferentes. O ser humano é igual apenas em uma coisa, na capacidade de ser diferente, mas o resultado que busca é sempre igual: FELICIDADE. Mas na real, tem muita gente é falando merda, e se achando muito sagaz!