quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Egotrip

A viagem interior é, talvez, a mais longa jornada dos auto-questionadores. Alguns acontecimentos na minha vida, um tanto instensos, digamos de passagem, foram determinantes pra que eu pudesse mergulhar dentro de mim mesma e do meu próprio self. Eis que em certa parte me encontrei meio esquizofrênica. "Os místicos e os esquizofrênicos encontram-se no mesmo oceano; enquanto o místico nada, o esquizofrênico se afoga." E eu nadava como uma sereia nesse grande oceano, me deslumbrei centenas de vezes, virei bruxa, maga, profeta, psiconauta, argonauta, feiticeira, filósofa, cultuadora da lua, do sol e de mim mesma. Descobri a positividade em conceito e prática, e assim virou minha religião, a religião do amor. Mas teve uma hora em que me assustei com alguma coisa, e essa coisa puxou outra e outra, e mais outra.. Famosa lei da atração e eu entrei na rede negativa, me afoguei e me assustei milhares de vezes, olhava pra mim mesma como uma coisa ruim, que não estava evoluindo, me critiquei e meus modos terrivelmente, quis morrer em certa hora. Sentia sempre que tinha alguém olhando pra mim, me vigiando. Nenhuma música soava bem aos meus ouvidos. Eu senti medo do invisível, vi tantos rostos no escuro, tive medo de ficar só. Provei o fruto da culpa, e esse é o pior sentimento que se pode ter. Tudo que eu havia feito era pecado, que eu estava suja, que tinha que me libertar, me limpar, que essa terra era ruim demais, quantas vezes chorei pra Deus pra me tirar disso daqui. Eu sabia que se continuasse nesse rumo precisaria de ajuda, o problema é que você nessas horas tem que encontrar um firmamento sozinho, sua mãe não vai entender, porque a princípio não há nada de errado com você, seus amigos não vão escutar, porque você está viajando, e então só você vai saber o que se passa dentro da sua cabecinha. Eu tentava fugir de todos os lugares, e mais ainda do único lugar que eu não podia fugir, nem nunca poderei: dos meus próprios pensamentos. Eu fiquei estática. Minha única fuga era a faculdade, que me preenchia como nada mais o conseguia fazer. Eu me sentia ruim, simplesmente porque eu estava negativa, tive medo até de que as pessoas me tocassem e sentissem isso em mim. Eu não conseguia explicar pras pessoas, e isso me deixava ainda mais aflita.
Mas porra, eu sempre soube nadar muito bem, como é que eu tô me afogando brother? Eu me toquei que não sou JESUS, que ele, claro, é o que devemos seguir, mas com calma, e não é nessa vida ainda que eu vou conseguir. Com muita labuta se anda pra frente, e a única forma de não caminhar pra frente, é não viver, é estagnar, justamente o que eu estava fazendo, dando pause na vida. Ora, eu num vim foi pra aprender? Então se joga doida. Mas eu tava mesmo era com medo de errar. Ah, mas eu não vou me afogar, jamais, eu aprendi a nadar foi no mar bixão. Então as crianças de novo sorriram pra mim, e o sol beijou a minha pele, e deu brilho aos meus cabelos. A lua me abençoa e me faz mulher a cada ciclo - again. Tirei dos meus olhos as teias e eles puderam ver o belo outra vez, como eu tinha esquecido da beleza desse céu? Agora basta pra mim eu e o vento batendo em meu rosto. Voltei a dançar, e minhas moléculas todas entraram em sincronia. Deus está comigo agora, sempre esteve, mas agora o deixo entrar. Eu tenho muito carinho pra dar, redescobri o meu valor, o valor das minhas palavras, o valor de ser quem eu sou. De precisar das coisas, pra saber que não preciso. A positividade voltou a me alicerciar, e eu não vou parar. O mundo tá aí, as coisas tão aí, o que importa é o jeito de olhar. Sou eu que decido sobre as coisas agora, não mais elas sobre mim. Bom dia gente, que eu estou a DESPERTAR.
A Bad trip é perigosa, mas não deixa assim de ser valiosa e lucrativa, num é que foi ela que me fez ver o valor da luz. E sabe o que me sustentou em toda essa escura jornada? O grande sentimento de que Deus ainda era por mim.







Orai e vigiai!

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